Sigo em direção a um extremo da lagoa com intensão de superar minha meta, pegar o caminho das barcaças e ir até próximo a ponte da Airton sena. Quase lá, arreguei e voltei.
Empolgado, mirei o outro lado da lagoa e fui decidido a passar por um caminho estreito que me levaria até a extensão da lagoa onde fica o golfe clube. Na porta de entrada desse caminho veio uma lancha, passou por mim e ziguezagueou pelo caminho. Que fiz eu? Pensei! Esse caminho ainda não é para o meu bico.
Retornei e decidi contornar uma pequena ilha para treinar minha destreza. No meio do contorno o vento parou e o veleiro começou adernar a boreste e fui parar no meio do manguesal.
Meia hora depois de muito puxa e empurra consegui ter o controle do barco.
Cansado decidi retornar e finalizar meu exercício de viagem. Vento bom, bordo positivo, ou seja, em direção ao objetivo, comecei a treinar uma manobra bonita, gostosa mas não para iniciantes. O vento forte encheu as velas, inclinei o corpo para fora do barco fazendo o contrapeso necessário ao equilíbrio. O vento aumentou, a inclinação passou de 45⁰ e tinha duas opções: retirar a escota da vela mestra da presilha, ou seja, desprender a vela principal ou virar o barco em direção ao vento para que ela ao planejar, equilibraria o barco.
Decidi virar o barco e manter o cabo da vela mestra preso. Não deu outra, o vento aumentou e antes da minha ação, o barco virou.
Dentro d'água, contornei o barco, subi na bolina e puxei o barco. Estabilizado, retornei à popa e quando estava quase dentro do barco, ele virou de novo. A vela enchia de vento porque o cabo preso não deixava ela solta.
Desprendi a vela e retornei à bolina para desvirá-lo novamente.
Cansado, sem onde me apoiar no casco, por um segundo vi o barco se afastar de mim. Pensei: vai ser ridículo chegar nadando no pier. Duas braçadas vigorosas e estava abraçado à bolina de novo.
Desvirei o barco, subi com dificuldade e percebi que o vento estava muito forte. Mirei o pier anulei a genoa e diminui a ação da vela mestra e voltei ao rumo.
Quase lá, peguei um banco de areia e voltei para o manguezal quase a 100 metros do meu destino.
Perdi a vergonha, saltei do barco, ajeitei a direção e com algum esforço cheguei ao meu destino.
De prejuízo o celular dito impermeável ficou inutilizado pela ação da agua, o extensor do leme que caiu do barco ao virar e meu orgulho ferido, mas fiquei feliz porque a realidade sempre te coloca no seu devido lugar.
Dia ótimo, aprendizado inigualável e a certeza de que com a natureza não se brinca.
Ainda é segunda-feira. A semana promete.
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